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Lia Wyler, a tradutora de Harry Potter no Brasil, morre aos 84 anos

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A tradutora Lia Wyler, conhecida pelo público brasileiro por ter traduzido para o português os sete livros da série "Harry Potter", morreu na manhã desta terça-feira (11), em sua casa no Rio de Janeiro. A causa exata da morte não foi divulgada, mas Lia já estava debilitada há alguns anos, depois de sofrer dois AVCs. Nascida em Ourinhos, interior de São Paulo, Lia morreu aos 84 anos, no Rio de Janeiro, onde vivia.

Professora e pesquisadora da área da tradução, ela foi responsável por dar mais visibilidade à importância do papel do tradutor. Em uma entrevista de 2007, ela definiu o trabalho como “uma ponte entre duas culturas”. A escritora começou a sua carreira bem longe da ficção – assim como o próprio Harry, que tinha uma vida monótona e sem graça antes de descobrir o mundo bruxo.

Comecei na profissão com textos técnicos. Depois, vieram os verbetes para enciclopédias, artigos de revistas e livros de literatura popular, culta e infantis e juvenis, disse Lia em um artigo para a Folha de São Paulo, em 2006.

O reconhecimento de palavras como Grifinória, Lufa-Lufa, Bicuço, Pomo de Ouro, nos são familiares, ou seja, é familiar a todo e qualquer leitor e estudante da saga Harry Potter desde a infância, porque a grande responsável por isso é Lia Wyler. Ela não só adaptou a escrita de J.K. Rowling, mas também deu um toque de brasilidade durante o processo de tradução.

De acordo com uma entrevista em 2005, ano de lançamento do sexto livro da saga, Harry Potter eo Enigma do Príncipe, a tradutora afirmou que buscou “traduzir de alguma forma o humor contido nos nomes próprios”. Para os leitores dos primeiros livros de 9 a 12 anos e que não liam em inglês, esse cuidado foi muito importante. É por isso que nomes como o da criatura Blast Ended Screwt veio a se tornar na edição brasileira, o conhecido “Explosivim”. Em outros relatos, Lia revelou que, se soubesse que a história viraria uma saga, não teria traduzido alguns termos, como por exemplo, o nome das casas de Hogwarts. Mas é difícil encontrar alguém que não goste das suas criações. Quando Harry Potter e a Ordem da Fênix estava prestes a sair, a revista Época comparou alguns termos com os originais e destrinchou a origem deles.

http://revistaepoca.globo.com/Epoca/0,6993,EPT635966-1661-2,00.html

Todo o trabalho de Lia, que passava de dez a doze horas diárias traduzindo os livros de Harry Potter e chegou até a se isolar para terminar a tradução do último, valeu a pena e merece ser reconhecida. Em 2001, a tradutora ganhou prêmios e o selo de “altamente recomendável” da Fundação Nacional do Livro Infantil e Juvenil.

Com toda certeza J.K. Rowling estivesse pensando em pessoas como a Lia Wyler quando fez Dumbledore dizer que “as palavras são, na minha nada humilde opinião, nossa inesgotável fonte de magia”.

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